domingo, outubro 14, 2007

DIA-A-DIA


A cada dia que passa eu morro.
O curso da vida segue sem parar;
nada ou ninguém tem forças para detê-lo.
Sigo caminhando quase sem rumo,
pensando no que ficou para trás.
Tantas alegrias, momentos de gozo intenso;
tantas tristezas, tão intensas quanto o gozo.
Foram as desilusões,
frustrações que machucam a alma
mas que, felizmente, já não são mais.
Lágrimas que queimam a face,
pés doloridos que insistem em caminhar,
risos que não vieram
ou então, ecoaram no nada.
Olhares que nada viram,
nuvens que, continuamente, nublaram tudo.
Pelo vão dos dedos esvaiu-se a esperança.
Tive que desistir.
O preço era alto demais.
Fraquejei.
Como deter o que não pode ser detido?
Tanto a preservar,
tantas lutas a serem lutadas!
Estradas a construir prá alguém caminhar.
Não adianta querer.
Até teria perguntas, mas não vou fazer.
(20/12/2006)

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