POSSEIROS
Antes de começar a falar sobre o assunto acho interessante esclarecer o significado da palavra Posseiros: são lavradores (agricultores) que juntamente com a família ocupam pequenas áreas de terras que não são de sua propriedade. Isto posto, gostaria de discorrer a respeito de suas atividades e sua maneira de agir. Eles chegam sorrateiramente e se instalam de forma que aquele terreno, uma vez ocupado, dificilmente será reintegrado ao seu dono e tem as mais diferentes formas de justificar a sua atitude. Vou exemplificar o seu “modus operandi” e espero que fique bem claro para que, se você for vítima dessas pessoas, saiba como trata-las e até a conviver com elas. Normalmente chegam com o olhar baixo e vêm sutilmente conquistando a sua confiança com uma pregação que fatalmente o atingirá e o tornará adepto de suas ideias e cúmplice de suas atitudes.
Comigo foi assim. Ela chegou, vindo não sei de onde, tendo já percorrido um longo caminho na vida. Aproximou-se de um dos meus e começaram um relacionamento que, inicialmente, acreditei não ter condições de ir adiante. Mas, o tempo passou. Eu te amo pra cá, eu te amo pra lá, um beijinho, um cineminha, uma viagem de moto e a coisa foi fluindo muito rápido. Mas, não satisfeita em cooptar aquilo que era meu, ligeiramente foi introduzindo uma série de parceiros que foram cercando e tornando por sua gentileza e aceitação mais difícil o pedido de reintegração de posse. Um dia, um churrasco mais tarde, foi presenteada uma aliança e aí a coisa ficou preta. Perdi a parada. E aí surge a pergunta: - Perdi ou ganhei? No frigir dos ovos eu creio que ganhei e ganhei muito. O tempo continuou passando e 720 bem-casados depois aconteceu uma cerimônia em que o juiz definitivamente deu a posse àquela intrusa junto com sua gangue.
Se você não sabe quem é a posseira não vou revelar mas vou explicitar os nomes da sua gangue: José Martins, Maria Francisca, Paloma, Bianca e pasmem, usaram até crianças para, definitavamente selar o ato (Luna). Junto com eles ainda tinham alguns comparsas: um Bode, um Danny e Ana Maria Dolores. Este povo (lágrimas e mais lágrimas) levou meu filho caçula embora e tomou posse do meu coração. E agora, para completar a obra, a posseira resolveu me presentear com algo inédito na minha vida: meu primeiro neto. Vou dizer nosso (meu e da Sônia) pois eu estou apenas ditando, quem está escrevendo é ela. É uma coisinha pequenina, que nem nasceu ainda e já está fazendo um estrago emocional sem precedentes. Chama-se Caio. A minha vingança começa agora. As noites em que eu não dormi, as vezes que eu levantei de madrugada e por aí afora, eles agora irão sentir na pele (isto não é praga). E o novo membro é uma priminha linda (Maia) e sinto dizer Bode, que todo priminho tem uma priminha na vida...... O texto é pequeno e nem poderia ser maior pois a posse acabou de ser concretizada. Quem sabe daqui a 30 anos eu consiga discorrer de forma mais clara. Mas, por enquanto, obrigado à gangue Moreno Martins Ferreira. Só digo uma coisa: vocês têm liberdade para levar o Caio a todos os jogos do Palmeiras. Eu só quero a oportunidade de leva-lo a um jogo aqui no Itaquerão e vocês verão o surgimento de mais um Gavião. Este é o meu presente de Natal.
