domingo, outubro 14, 2007

TUA HISTÓRIA


Eu era tão infantil, você tão distante,
completamente inatingível.
Dois mundos corriam paralelos:
eu nem podia te querer,
não sabia da tua existência e nem você da minha.
A vida fluía, seguia seu curso
Até que te descobri, brilhando, mas, totalmente fora de alcance.
Um dia você sumiu, te roubaram.
O paralelo tornou-se um vazio, milhões de passos prá caminhar.
Um dia, um vislumbre.
Mas, era tanta loucura que o pensamento tal qual uma brisa,
esvaiu-se no ar.
Restou o tempo que não parou.
Raízes foram fincadas e grandes e maravilhosas vertentes surgiram.
O que antes tinha brilho próprio, hoje resplandece mais ainda.
Da vida fluiu vida pujante, com força,
prá mostrar ao mundo a força do amor.
Hoje, a serenidade acompanha tua existência.
A sensação de dever cumprido,
a certeza da vitória, a alegria de ter vivido é o marco maior.
Teu passado, cheio de glórias.
Teu presente, cheio de vida.
Teu futuro, cheio de esperança.
E, mesmo estando em paralelo
como é bom contemplar!
Só resta caminhar os passos,
mas isso é outra história.
(29/12/2006)

DIA-A-DIA


A cada dia que passa eu morro.
O curso da vida segue sem parar;
nada ou ninguém tem forças para detê-lo.
Sigo caminhando quase sem rumo,
pensando no que ficou para trás.
Tantas alegrias, momentos de gozo intenso;
tantas tristezas, tão intensas quanto o gozo.
Foram as desilusões,
frustrações que machucam a alma
mas que, felizmente, já não são mais.
Lágrimas que queimam a face,
pés doloridos que insistem em caminhar,
risos que não vieram
ou então, ecoaram no nada.
Olhares que nada viram,
nuvens que, continuamente, nublaram tudo.
Pelo vão dos dedos esvaiu-se a esperança.
Tive que desistir.
O preço era alto demais.
Fraquejei.
Como deter o que não pode ser detido?
Tanto a preservar,
tantas lutas a serem lutadas!
Estradas a construir prá alguém caminhar.
Não adianta querer.
Até teria perguntas, mas não vou fazer.
(20/12/2006)